quinta-feira, 10 de julho de 2008

Freedom

Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você. - Jean Paul Sartre

Frankl era um determinista, educado na tradição da psicologia freudiana, e postulava que os eventos da infância de uma pessoa, quaisquer que fossem, moldavam seu caráter e personalidade, passando basicamente a governar a vida dela. Os limites e parêmtros da vida eram estabelecidos, e não havia muito o que se fazer a respeito.

Frankl era também psiquiatra e judeu. Ele viveu como prisioneiro, nos campos de extermínio da Alemanha nazista, onde passou por experiências tão repugnantes para nosso senso de decência que mencioná-las é o suficiente para deixar qualquer um arrepiado.

Seus pais, seu irmão e sua mulher morreram nos campos, ou foram mandados para câmaras de gás. Com exceção da irmã, sua família inteira foi exterminada. O próprio Frankl sofreu torturas e humilhações indescritíveis, sem nunca saber se, de uma hora para outra deixaria de fazer parte dos “sobreviventes”, que removiam os corpos e varriam as cinzas dos mortos, e seria conduzido à câmara de gás.

Um dia, nu e sozinho em um pequeno quarto, ele começou a tomar consciência do que mais tarde chamou de “a última das liberdades humanas” – a liberdade que seus carrascos nazistas não podiam tirar dele. Eles podiam controlar completamente a situação e o ambiente, podiam fazer o que quisessem com seu corpo, mas o próprio Victor Frankl era um ser dotado de autoconsciência, e podia atuar como observador de seu próprio destino, sua identidade básica estava intacta. Ele podia decidir, dentro de si como aquilo tudo iria afetá-lo. Entre o que acontecia com ele, ou o estímulo, e sua reação, estava sua liberdade ou poder de escolher qual seria a resposta.

Pense na palavra responsabilidade – respons-abilidade – a habilidade para escolher sua resposta. As pessoas responsáveis não colocam a culpa por seu comportamento em circunstâncias, condições ou condicionamentos. Seu comportamento é produto de sua própria escolha consciente, baseada em valores. É nosso consentimento, nossa permissão para que as coisas nos afetem que nos fere, muito mais do que os eventos propriamente ditos.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Concordo com tudo. O mundo é o reflexo de nossos olhos e de nossas ações.

11 julho, 2008 08:01  

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